“Saúde dos Rins para Todos” é o tema
do Dia Mundial do Rim 2019. Mas, você sabe qual a importância desse órgão para
o bom funcionamento do corpo? Primeiro para quem ainda não sabe, a palavra rim
vai para o plural porque temos dois. E eles ficam na região posterior do
abdómen, um na direita e outra na esquerda. A principal função deles é filtrar
o sangue para controlar a quantidade de água e de sal no corpo, eliminar
toxinas, ajudar a controlar a hipertensão arterial e produzir hormônios que
impedem a anemia e a descalcificação óssea, além de eliminar medicamentos e
outras substâncias ingeridas.
É exatamente por suas inúmeras
funções que os rins precisam estar saudáveis. Rins doentes ocasionam as
chamadas doenças renais, motivo de preocupação em todo o mundo, por conta do
crescente aumento de casos.
Segundo a Sociedade Brasileira de
Nefrologia, 850 milhões de pessoas têm doença renal em todo o mundo. A Doença
Renal Crônica causa pelo menos 2,4 milhões de mortes por ano, com uma taxa
crescente de mortalidade. E os mais afetados são pessoas que vivem em países de
baixa e média renda.
De acordo com a diretora de Políticas
Associativas da Sociedade Brasileira de Nefrologia, Cinthia Vieira, os
principais fatores de risco para doenças renais são a hipertensão arterial, o
diabetes e o histórico familiar de doenças renais. Mas obesidade, fumo e uso de
medicações tóxicas também podem afetar a saúde dos rins.
“No Brasil, um em cada 10 brasileiros
vai ter algum tipo de doença renal. Ele tem e não sabe, porque a doença renal é
silenciosa. Ela não apresenta sintomas maiores. E como diabetes e hipertensão
são doenças prevalentes no Brasil, e lembrando também da obesidade, essas
doenças levam à doença renal crônica. E se a pessoa tiver uma função renal
muito prejudicada, abaixo de 10%, vai entrar em hemodiálise, em diálise
peritoneal ou vai precisar de transplante”, explica a nefrologista.
Sucesso no tratamento
O bombeiro militar e salva-vidas, Marco Martins, de 31 anos, levava uma vida
saudável em São Lourenço do Sul (RS), onde vive, até que um dia foi
surpreendido com o primeiro sintoma. “Eu acordei e senti uma sensação ruim nos
pés e quando vi estavam bem inchados. Pensei que fosse alguma alergia. Mas, era
um edema [acúmulo de líquido no tecido subcutâneo que ocorre quando os fluidos
dentro dos vasos sanguíneos ou linfáticos extravasam para a pele]”, conta.
Depois de alguns exames indicados pelo
nefrologista, o Marco foi diagnosticado com doença renal e iniciou um
tratamento medicamentoso. No entanto, a situação ficou mais grave e começou a
prejudicá-lo no trabalho de salva-vidas. “Eu sentia dificuldade até de respirar”,
relembra.
Com a piora, Marco chegou a ser
internado para avaliação e acompanhamento médico. Passou a se alimentar de
comida sem sal para o controle da pressão, especialmente. “Mesmo assim, eu
vivia inchado no rosto, no abdômen, nas pernas. Eu fiquei totalmente
desfigurado”, conta.
Mesmo com inúmeros medicamentos, o rim
dele parou de funcionar e o Marco foi levado para a hemodiálise. Enfrentando a
dificuldade emocional para lidar com a doença, o bombeiro fez sessões de
hemodiálise, para a filtrar o sangue, ao menos três vezes por semana. “Eu
olhava para os lados e via pessoas de mais idade, de uns 50, 60 anos, fazendo
hemodiálise e eu, com 29 anos, que nunca fui desleixado com o corpo, estava
ali”, desabafa.
No caso dele, chegou a ser considerado
o transplante de rins. Mas Marco começou a atender ao uso de um novo
medicamento, uma espécie de quimioterapia. Os exames apontaram melhora e depois
de um tempo, os médicos garantiram a cura. Hoje, depois de dois anos, ele vive
bem e toma precauções para evitar o adoecimento dos rins. “Eu não faço uso de
sal e sódio e pratico atividades físicas com intensidade. Aprendi a ter um
padrão de vida focado na minha saúde. Estou muito melhor do que há alguns
anos”, comemora.
Como se prevenir
Cuidar dos rins significa ficar longe de doenças renais. Para prevenção, uma
das principais dicas é adotar uma dieta menos salgada. “Nós aqui no Brasil
comenos em torno de 12 gramas de sal por dia, quando o adequado seria em torno
de 2 gramas de sal/dia. O sal tem um efeito de reter mais água. Isso faz os
rins trabalharem com uma pressão mais alta, levando a uma doença renal ou uma
doença renal crônica. E para quem é diabético, a dieta também deve ser
controlada, especialmente em relação ao açúcar”, chama a atenção a médica
Cinthia Vieira.
A hidratação é indispensável. “Não
devemos esperar a sede para beber água. A sede já significa a desidratação.
Deve-se tomar uma quantidade de líquido aumentado para filtrar mais a urina. As
patologias que podem ser prejudicados pela falta de água é quem já tem cálculo
renal, a pedra no rim. Tem que tomar muito mais água, sempre tentando evitar
que os cristais fiquem muito tempo na urina, formando aumentando a formação das
pernas”.
Idosos, portadores de doença
cardiovascular e pacientes com história de doença renal em familiares têm
grande potencial para desenvolver lesão renal e devem ser investigados com
triagem de exames de urina e dosagem de creatinina no sangue. “São exames
simples, disponíveis no SUS, que trazem informações valiosas para dizer como os
rins estão funcionando. A recomendação é fazer o exame uma vez por ano. E quem
já tem uma história familiar, hipertensão ou diabetes, é de no mínimo de seis
em seis meses”.
Erika Braz, para o Blog da Saúde
DO AMIGO EDY GOMES!
Nenhum comentário:
Postar um comentário